Professores em greve devem ficar atentos para a condução do movimento paredista pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), quando o governo é dito “popular”.
Escrevo isso, por que tenho experiências anteriores com esse tipo de relação durante o chamado “governo do povo”que administrou o Município de Belém de 1996 a 2003 e “ pintou e bordou”com a categoria sob o olhar complacente de nosso sindicato, que aceitou 8 anos de reajustes baseados no INPC, viu sem nenhum protesto DAS’s infiltrados nas assembléias para aprovar o que interessava ao governo e aceitou sem contestação, propagandas propalando ganhos reais por parte dos trabalhadores, quando todo mundo sabe que reposição baseada no INPC não garante nem a correção monetária na região em que vivemos. Coitado de quem propusesse reposição pelo índice do salário mínimo à época: era vaiado e chamado de lunático pela maioria dos presentes nas assembléias, preocupados em garantir suas gratificações de assesoramento.
Com o atual governo estadual que se diz popular, a coisa não é diferente. O Sintepp viu no 1º ano de governo nosso vencimento base realinhado pelo índice do salário mínimo, porém, na data base, o reajuste de cerca de 10% recair sobre o vencimento antigo, em pura matreirice própria dos governos petistas; nada falou. No 2º ano, a mesma coisa aconteceu, só que desta vez, o reajuste foi em torno de 6%; o Sintepp continuou mudo. Este ano o governo inovou: depois de 20 anos deixou de realinhar o vencimento base da categoria pelo índice do salário mínimo que passou a viger a partir de 01/02/2009, maldade que tirou do bolso dos professores, entre 1º de fevereiro e a data-base, agora em maio, mais de R$ 600,00 (seiscentos reais). E o sindicato? Nada reclamou.
Se o embate entre trabalhadores que têm sindicato forte e atuante, com o governo já é desigual, imagine a categoria que conta com sindicato de “rabo preso” como o nosso.
Professores e professoras da rede de ensino público só serão tratados com o respeito que merecem quando resolverem, eles próprios comandarem seu sindicato, evitando que ele sirva apenas como ferramenta de manobra de partidos políticos que almejam ascensão.
(Por Raimundo Ezequiel Rodrigues de Souza)
*** Opinião publicada em "O Liberal" secção "Cartas na Mesa" de 14/05/2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário